quinta-feira, 23 de julho de 2009

Outono incolor


Deixar as folhas das árvores caírem ao chão e ouvir sua leve sinfonia, sentir a nostalgia de mais um dia de outono indo embora junto com as lembranças que o fizeram. Preto azul, preto amarelo- antes de clarear o dia é necessário escurecer as
ventanias que tocam sua pele. Precisa-se de ponto, ele é o começo.
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Branco...da página a ser escrita, da areia fina, do lenço que á meia noite de trinta e um de dezembro voou e pairou nas águas observadas por um coração triste, por um olhar alegre, águas tocadas pelo suor desesperado de uma mão fria tentanto esquecer a angústia inquietante das luzes sendo acendidas no céu. Branco dos olhos que procuram cor para dentro deles enquanto observam as parades da sala de espera. Na sala de espera, a criança que acabou de nascer, a mãe que acabara de falecer, um coração se quebrando, os membros que não podem responder a comando algum, o sangue jorrando; no branco das paredes da sala de espera...a espera.
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Preto...da capa que carrega uma rosa vermelha para dentro da terra, das unhas que arranham a porta trancada da sala, da cor dos cabelos que trouxeram segurança, e levaram as noites de sono. Preto da noite, a parte mágica do dia em que tudo é mais difícil de ser notado, mas que acende as estrelas com intuito de ser observada. Preto mágica, preto preto.
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Incolor...o invisível mais visível. A água que mata, a água que faz renascer, o vento que destroi, o vento que constroi as esperanças destruídas por ele mesmo. O ar...pois estou respirando um ar que não é meu. Estou respirando um ar que também não é seu, não mais. Poderia falar das cores que dão vida e das que remetem á morte, mas são as mesmas.Poderia aqui falar das cores do meu arco íris, meu arco íris que aparece nas noites e não nos dias e é quando mais tenho esperança, é quando mais me sinto segura...é quando os pensamentos me fogem e é quando essa esperança também me foge, mas continuo me sentindo segura.
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Deixar cair as últimas folhas do outono, o tempo esta voando...acelerando seus passos. Passarei por essas folhas e não abaixarei para tocá-las, andarei tentando desviar delas, mas não dobrarei meus joelhos diante do outono que passou. Azul preto, amarelo preto.


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Minha descoberta de todos os dias

O texto a seguir não é inédito, o fiz a alguns meses...mas ele carrega um significado muito importante para mim, sendo assim, resolvi postá-lo.



Essa noite, durante a viagem de volta para o Rio, pensei...como nunca havia pensado antes, não que das outras vezes meus pensamentos não tenham me valido de alguma coisa, não que antes, eles não tivessem importância;ao contrário! O que guardo em minha mente hoje, se faz valer justamente pelo fato da mudança, talvez mudança não seja a palavra correta,mas pela reconstituição. A diferença é que hoje, analiso tudo sob uma perspectiva diferente, uma perspectiva muda, muda e cega. O que ocorre é...quando nos abrimos ás pessoas, quando damos a elas a oportunidade de ouví-las e analisar o que as mesmas fazem, passamos a pensar e agir como tais, se não taparmos nossos ouvidos e usarmos vendas para proteger-nos delas, não seremos mais nós. A convivência humana nos atribui muitas coisas, nos revitaliza, nos ensina...olhar e ouvir é necessário.Parace contraditória esta minha colocação visto que, acima,disse algo controverso a essa idéia, porém, não olhe, veja...analise sob a minha perspectiva,venha....Tudo o que lhe é dito deve passar por um processo, devemos selecionar o que se enquadra a nossa maneira de viver e descartar o que não nos é útil. Porém, não é o que acontece na maiorias dos casos;algumas pessoas se acham no direito de ditar regras e condenar quem não as segue,criticar as atitudes que ao seu modo,não convém...Cresça! Eles falam...mas não percebem que quem necessita de ensinamentos e lições são eles, quem precisa parar e analisar são essas pessoas que não vêem sob a perspectiva diferente...outra realidade, distinta, porém necessária a todos que buscam aprimorar o conhecimento humano, da alma e da mente. Não somos antropófagos,não queremos devorar uns aos outros...já tem gente demais nesse país que assim o faz, há violência de mais para que nosso corpo e espírito se entregue a essa fatalidade. Tudo o que peço, analise sob uma perspectiva diferente sempre que se encontrar em uma situação que necessite de tal, entregue-se a essa diferença e faça a diferença! Cresça no seu tempo, cada um tem o seu, mas nunca perca sua essência, a inocência que cada um tem, escondido em algum lugar dentro do peito. Hoje em dia, não julgo a ninguém,não tento mais me encontrar em nenhum lugar, sei quem sou e me orgulho disso, com todos os defeitos que alguém pode possuir com todas as feridas que a vida e as pessoas me proporcionaram, porém reconheço e sei, que muito já fiz a elas e muitas lágrimas já foram demarradas pelas mesmas no chão em que agora piso, mas sei quem sou..e não me canso de repetir e encantar-me com essa descoberta.Toda vez que tentamos ser quem queremos ou quem os outros querem que sejamos,esquecemos de quem na verdade somos.-Minha descoberta de todos os dias!!!!